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Empreendedorismo de favela

  • Foto do escritor: gritaprojeto
    gritaprojeto
  • 2 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

por Lara Hamdan


Quando ouvimos a palavra ‘empreendedorismo’ costumamos associar a um jovem branco de classe média, que sempre sonhou em ser dono do seu empreendimento e abriu o seu negócio. Essa imagem que vem no nosso pensamento, quase imediatamente, não reflete a realidade. Segundo dados de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Locomotiva, 69% dos micros e pequenos empreendedores são das classes C, D e E.


Essa visão colonizadora do empreendedorismo faz com que a gente enxergue o empreendedorismo como uma oportunidade de perseguir sonhos, mas para os moradores das favelas o empreendedorismo sempre foi mais do que isso. Mais do que uma oportunidade de ir atrás de sonhos, o empreendedorismo é questão de garantir a renda e o sustento da família.


A favela sobrevive, se sustenta, a partir de inovações e soluções criadas diariamente para suprir a falta de suporte do poder público e de apoio da sociedade como um todo. E todo esse potencial de inovação e construção, de cada um dos moradores da favela, não é valorizado e, muito além disso, há uma tentativa constante de invisibilizar todo esse potencial.


É inegável que há uma valorização de algo que surge na favela, que surge da criatividade e da necessidade, somente quando aquilo é apropriado por classes mais altas e privilegiadas. Isso é um reflexo da manutenção de uma visão colonizadora, elitista e racista no nosso país.


Enquanto nós continuarmos a desvalorizar e a tentar invisibilizar toda a riqueza cultural, histórica e econômica da favela, vamos perder todo o potencial de crescimento e desenvolvimento que tem ali. Esse cenário contribui, e é determinante, para a manutenção da desigualdade social, econômica e racial no Brasil.


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